Agricultores pedem ações do EstadoCrato As chuvas que caíram no Dia de São José, no Cariri, não alteram o índice de perda do plantio levantado por três equipes da Secretaria de Políticas Agrícolas do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato. A pesquisa feita pelos sindicalistas em 85 plantios de nove distritos apresentou a seguinte perda: arroz, 85%; feijão, 80%; Amendoim, 80% e milho, 75%. A preocupação agora é com a pastagem para o gado.
De acordo com a Delegacia Regional da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Ceará (Fetraece), o quadro é o mesmo na maioria dos 28 municípios da região. O delegado regional Francisco Alves diz que, em Jardim, por exemplo, os agricultores nem chegaram a plantar. A umidade não foi suficiente para germinar os grãos.
Os escritórios regionais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce) estão concluindo uma pesquisa de campo para ser enviada ao Governo do Estado e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. O gerente regional, Adonias Sobreira, disse que não está autorizado a informar os índices de perdas, mas antecipou que são significativos. Adonias confirmou a informação de que, em alguns municípios, os pequenos produtores que receberam sementes ainda estão esperando pela continuidade das chuvas.
Pasto
No momento, a preocupação é com a pastagem. O gerente regional da Ematerce está antevendo um cenário mais preocupante, a partir de julho, quando começar a faltar pasto para os animais. Por enquanto, o Cariri está verde. Com as chuvas dos últimos dois dias, os pecuaristas garantem a pastagem para o rebanho até julho. "Se a quadra chuvosa não tiver continuidade, só Deus salva o gado", analisa Adonias Sobreira.
Diante deste quadro, os sindicatos rurais estão reivindicando junto ao Governo Federal a liberação imediata dos recursos do Seguro Safra. No Crato, 2.863 agricultores participam do programa. Os sindicalistas solicitam também o aproveitamento das águas públicas do açude Thomaz Osterne de Alencar, que abastece o Vale do Carás nos municípios de Crato, Juazeiro, Barbalha e Missão Velha, além da democratização das fontes perenes que jorram do sopé da Serra do Araripe e que, no momento, estão sendo utilizadas por particulares.
No mesmo documento, que também será entregue ao prefeito, o sindicato sugere o emprego da mão-de-obra rural no roço das estradas vicinais como forma de evitar o êxodo rural. O documento pede a ampliação do programa Bolsa Família, o refinanciamento das dívidas dos agricultores familiares, a liberação de kits de irrigação e a implementação do Programa Nacional de Habitação Rural.
Espera
Tradicionalmente, o Vale do Jaguaribe é uma das últimas regiões a plantar. Os produtores já receberam as sementes, mas nem mesmo o sorgo, que precisa de menos água, não teve como vingar.
A água continua pouca, com qualidade suspeita em localidades como as da Chapada do Apodi. Mas a estiagem não provocou desabastecimento dos reservatórios, que aumentaram o volume com as águas do Açude Castanhão, que teve quatro comportas abertas durante 18 dias. O açude Castanhão continua liberando água apenas por uma de suas válvulas dispersoras.
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