Depois de desastrosos acontecimentos e decepções com nossos políticos,
a cada eleição, mais pessoas se acham aptas para exercer cargo público. A
percepção é de que para ser político basta enfrentar uma campanha. As aptidões
e programas políticos sérios ficariam em segundo plano. Desconhecem que um planejamento de campanha
deve projetar o número de votos necessários, e o investimento correspondente
para alcançar o resultado. Adicione articulação, acordos com lideranças
comunitárias, sua coligação e depois é contar com a incompetência dos
concorrentes.
Mas quanto custa uma candidatura para prefeito, ou vereador?
Os incautos entram sem mesmo imaginar quanto vai ser o prejuízo.
No orçamento bem planejado deve-se permear gastos com
combustível, mala-direta, panfletos, comida, bebidas, pesquisas, imprensa,
jornais, patrocínios e brindes, ajudas assistenciais e outras miscelâneas.
Evidentemente nem sempre valores altos são sinônimos de uma
boa campanha. É possível ser eleito investindo menos, mas sem garantia de
vitória.
Logo os candidatos descobrem que para chegar “lá” é
necessário mais do que boas intenções.
Para melhor entender existem gastos, durante e depois das
eleições. Definitivamente não é possível fazer campanha com pouco dinheiro,
mesmo para os artistas e pessoas ligadas a alguns eventos fora do comum.
A ideologia foi deixada de lado faz muitos anos e surgiram
candidatos com outros propósitos que nunca produziram nada, não são empresários
e não geram riquezas. Os políticos profissionais. Quatro anos de governo não cobrem, nem de perto, o
custo investido. Daí os acordos, propinas, mensalões, que machucam a vida do
cidadão.
Onde é gasto a verba? Material de campanha, acordos com
líderes comunitários, apoio às bases. O líder pode ganhar por número de votos
conseguidos nas comunidades.
Segundo especialistas em campanhas políticas, o voto de
opinião praticamente não existe mais. É pouquíssimo provável que alguém se
eleja sem as lideranças. As boas idéias ainda ajudam a angariar votos, mas não
é o suficiente, e mal se consegue saber a proposta do candidato.
Muita informação e sem qualidade confunde o eleitor. A retórica
continua a mesma: educação, escola, casa, coisas que nem competem a vereadores.
Alias, poucos sabem realmente as funções de um vereador.
Cláudia Rebouças
(Diário do Nordeste)