Vivemos hoje uma situação no mínimo intrigante, em relação ao quadro
político no País. Somos invadidos diariamente em nossos lares, pelo
rádio e TV, por um programa eleitoral, onde se vê de tudo, menos a
VERDADE e o COMPROMISO COM A ÉTICA E VALORES MORAIS.
Anda somos obrigados durante o ano a engolir programas partidários, onde
a legenda se apresenta como a solução dos males do País e, quando
investigamos seus dirigentes e parlamentares, vemos que na prática agem
ao contrário do que pregam. São homens envolvidos em todo tipo de
mutreta, desde a corrupção, desvio de recursos publico, compra e venda
de emendas, fisiologistas, aéticos, entre tantas outras.
Porém, o que tem mais chamado à atenção e o mais intrigante é o PT.
Jamais havia presenciado um partido político utilizar de forma tão
despudorada e se vangloriar tanto de feitos os quais não foi o seu
mentor ou que não realizou, nem sequer planejou. Chega ser ridículo o
papel que exercem e não se envergonham de enganar a população, achando
que já não basta o Mensalão, ainda usam de todos os artifícios para
convencer que o País só existe porque o PT está no Poder. Só faltam
dizer que o Brasil foi descoberto por ele.
A desfaçatez é tamanha que no seu último programa no rádio e na TV,
chamaram para si o papel de marco zero. Até a estabilização da economia
teria sido obra do PT. E olha que todo mundo sabe que o partido voltou
contra o Plano Real, como voltou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal
e todos e qualquer ato que fosse oralizante.
Hoje colhem os efeitos de politicas estruturantes de governos anteriores
e das quais foram radicalmente contrários, mas se acham no direito de
afirmarem terem sido unicamente eles que mudaram o País.
Se voltarmos no tempo, veremos que o PT desde a sua fundação tinha como
objetivo mudar o Brasil, não sei se para pior ou melhor. Seu programa
para as eleições de 2002 tinha como título "a ruptura necessária", onde
anunciava que assumindo o poder faria uma gestão onde prometia "uma
ruptura com o atual modelo econômico, fundado na abertura e na
desregulação radicais da economia nacional e na consequente
subordinação de sua dinâmica aos interesses e humores do capital
financeiro globalizado".
Na proposta apresentada a sociedade, o programa propunha: “controles na
entrada de capitais estrangeiros, mudanças na captação de recursos
externos pelos bancos e a denúncia do acordo com o FMI, entre outros.
Uma reforma tributária taxaria as grandes fortunas”. Entre outras ações
que divergiam ao extremo da política econômica em vigor a época.
Mas como todo sonho, uma hora temos que acordar, e o sonho de ruptura
pregado por alguns “radicais” do PT tevê fim com “A Carta ao Povo
Brasileiro” lançada em 22 de junho de 2002. Aí se deu o começo do fim
dos sonhos e dos ideais.
Nela, Lula apresentava propostas onde defendia "um projeto nacional
alternativo", mas mudava o tom quando dava garantia as elites econômicas
que o PT no poder iria "respeitar aos contratos e obrigações do país". E
foi mais além, que o superávit primário seria preservado "para impedir
que a dívida interna aumente e destrua a confiança na capacidade do
governo de honrar os seus compromissos".
As ilusões econômicas daqueles que ainda acreditavam no PT morreram
quando Lula colocou um banqueiro para presidir o Banco Central. Como
consequência, já primeiro mês, foram elevadas a taxa de juros e a meta
de superávit primário.
Tudo o que o PT tachava de neoliberal passava a praticar com Lula na presidência.
A política econômica de FHC foi mantida. Com base nos programas e
políticas estruturantes planejadas por seus antecessores, Lula conseguiu
colocar o País em destaque, utilizando-se das mudanças anteriores
ocorridas, ampliando assim, o potencial de crescimento da economia, a
qual teve ao seu favor os ventos favoráveis da economia mundial à
época.
Diante disso, foi possível manter e ampliar os programas sociais em sua
grande maioria herdados, mas que o partido se nega reconhecer.
Ao descobrir que a popularidade dependia diretamente do controle da
inflação reforçou a autonomia do Banco Central, passando então a ser
visto com outro olhar pelos países ricos e emergentes, fruto do carisma e
da sua simpatia, começaram a considera-lo um líder de esquerda
moderado, defensor da democracia e do modelo e da ordem econômica
vigente.
Ora, como não pode negar a colaboração dos antecessores, hoje o PT
utiliza como alternativa, a eterna tentativa de desconstruir de forma
sistemática e sem desfaçatez as realizações de governos anteriores,
procurando assim, convencer a população que o Brasil passou a existir
depois da ascensão do partido ao Poder.
Politicamente no Brasil nada mudou, quem mudou foi o PT, que agora é, em
todos os sentidos, um partido igual aos outros, como prova, ao chegar
ao Poder utilizou de todos os mecanismos praticados pelos demais e,
diante da eterna desculpa da governabilidade, atraiu para si legendas
que antes abominava, formou uma coalizão que incluiu partidos políticos e
figuras conhecidas no cenário político nacional que o PT sempre
rejeitou e lutou contra.
Diante do quadro que aí está, podemos dizer sem medo de errar que foi o
tempo em que o PT era considerado um partido de trabalhadores. Até soa
como normal ouvir o Aloísio Mercadante dizer que não negocia com
grevistas. Logo o PT que surgiu das greves dos operários.
Lógico que ao incorporar aliados e até consultores políticos como
Sarney, Collor de Melo, Maluf, Renan Calheiros, Jucá, Jader Barbalho
entre tantos outros caciques políticos, com história que nada de orgulho
traz a quem as lê, não se poderia esperar que mudanças radicais iriam
ocorrer, no modo de agir e pensar.
Assim aquele partido que trazia para a população a esperança se tornou a
mesmice de todos e quando todos acreditavam que aquelas raposas
políticas fossem alijadas, surpreendentemente foram incorporados,
passando a imagem para a sociedade que para governar deles não poderiam
abdicar.
E ao entender que para governar havia a necessidade de possuir uma base
sólida no congresso e dialogar com os outros partidos, independente de
se encontrar com o Poder, aí o PT mostrou a verdadeira face.
Para formar uma base sólida, começou o projeto é dando que se recebe,
com o loteamento dos cargos públicos e a atração de políticos que até
então ninguém imaginava. O PT passou a conviver e a figurar ao lado
daqueles que sempre criticavam, os quais eram taxados como políticos sem
escrúpulos. José Sarney se tornou aliado, Fernando Collor, Roberto
Jefferson, Jader Barbalho e Renan Calheiros, Maluf, Michel Temer que
hoje é vice-presidente, passaram a ser companheiros. Diante de tão
ilustres companhias os próprios partidários viraram figuras célebres da
corrupção.
Ao final de tudo, chegamos a uma conclusão. Nem as raposas políticas
mudaram, passaram a ser menos desonestas, nem o PT era aquilo que
afirmava. Tudo foi uma questão de escolha entre governar com eles ou
governa com o povo.
O resultado disso tudo é que a maioria da população passou a ver a
política e o político sobre outro olhar, trazendo com isto mudanças
radicais no modo de pensar. O povão passou a entender que em política
todos iguais são iguais, independente da cor partidária.
Fonte: http://palavradesa.blogspot.com.br/