A principal pergunta de quem assistiu, em cores, à correria dos bandidos cariocas é: por que os militares não encurralaram os traficantes?
Primeiro, é preciso explicar por que os PMs não alvejaram os criminosos do Complexo do Alemão em fuga – exceto disparos esporádicos. É que ninguém, nem mesmo o mais fanático militarista, duvida das péssimas consequências políticas
de uma chacina transmitida aos lares dos telespectadores. Mesmo que o alvo esteja armado. A opção foi evitar sangue, nos relata um dos militares que mais conhecem aquelas favelas, o coronel do Exército Sylvio Cardoso, que por 30 anos serviu à Infantaria e acaba de ir para a reserva. Ele ocupou pelo menos duas vezes a Vila Cruzeiro, com tropas de um batalhão de infantaria motorizada.Primeiro, é preciso explicar por que os PMs não alvejaram os criminosos do Complexo do Alemão em fuga – exceto disparos esporádicos. É que ninguém, nem mesmo o mais fanático militarista, duvida das péssimas consequências políticas
– Você imagina se o militar mata uma dúzia de bandidos e, na fuga, os companheiros deles levam as armas embora. Pronto. O agente da lei fica com 10 corpos para explicar e senta no banco dos réus – pondera.
Mas os policiais poderiam ter prendido os bandidos. O que se viu foi bandidos em fuga, quiçá para invadir lares alheios. Como conseguiram fugir? O coronel Sylvio Cardoso salienta que o alto do Complexo do Alemão é formado por morros. Os bandidos permaneceram escondidos entre matas e pedras, quando a polícia começou a ocupação na parte baixa da Vila Cruzeiro, casa por casa, rua por rua. Os criminosos viam, sem serem vistos. Fugiram usando trilhas e estradas de chão batido. Para interceptá-los, os policiais tinham duas opções: fazer um desembarque aéreo, sangrento porque visível. Ou um demorado cerco de todos os pontos de fuga. Para isso, deveriam contar com pelo menos 5 mil soldados.
– É o que tínhamos, quando ocupamos a região na eleição de 2008. Hoje, os PMs tinham menos de mil – compara o coronel.
E por que tinham menos de mil? Por que a ocupação foi feita de improviso, uma reação necessária à afronta dos atentados praticados pelo crime. O ruim disso tudo é que os bandidos continuam livres.
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